terça-feira, 1 de maio de 2012 | By: Nilson Nobre.

#2 Passos Solitários: O Segredo de Bonnie.


O céu amanhecera nublado naquela manhã em Mystic Falls.
Elena se levantara cansada, a preocupação com o que poderia ocorrer no dia seguinte atrapalhava seus sonhos e isso já havia se tornado uma rotina, afinal, nos últimos dois anos a vida dela havia mudado completamente.
Alongando-se, ela foi até o banheiro e vinte minutos depois, saiu de lá.
– Jeremy!- gritou ela ao esquecer que seu irmão não estava mais ali, ao seu lado. A saudade era enorme e com um nó na garganta, ela interrompeu o chamado. Colocando o cabelo para o lado, ela virou-se para trás e pegou o celular que estava na penteadeira.
Nele haviam três novas mensagens, todas da Caroline.
Aquele era o dia do aniversário da Bonnie e elas queriam fazer algo especial para a amiga, afinal, não é todo dia que se completa 18 anos.
“Estou lembrada sim”, digitou Elena e logo depois clicou em enviar.
Ela desceu as escadas e colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha, lembrou-se de pegar o casaco. Estava frio naquela manhã. Elena vasculhou o quarto e por tremenda falta de sorte, não o encontrou.
– Tudo bem, é bom sentir frio às vezes. – falou ela ao jogar de volta a gaveta uma blusa azul que estava em sua mão.
Desceu as escadas novamente, tomou o café da manhã e pondo a mochila nas costas, partiu em direção ao colégio.
•••
Gotas de chuva escorriam das folhas das árvores e batiam suavemente no rosto de Elena. A chuva da noite anterior havia sido forte, com direito a raios e relâmpagos, mas naquele instante tudo estava calmo, e Elena, bem, caminhava lentamente com as mãos no bolso da calça.
Numa fração de segundo, Elena sentiu que estava sendo observada.
Olhando para trás, ela viu um homem alto, com um casaco preto, que por sua vez possuía um capuz que a impedia de ver os olhos dele, na terceira árvore atrás dela, com o braço, aparentemente musculoso, apoiado na árvore. Elena não tinha certeza, mas podia jurar que ele estava sorrindo para ela. Enquanto o observava, ela continuava a andar. Seu corpo tremeu ao trombar em alguém.
– Surpresa, mocinha. – falou Damon ao segurá-la com os dois braços, fazendo-a olhar diretamente para ele.
Ele estava com aquele risinho sarcástico que fazia Elena delirar. Ao ver aqueles belos olhos azuis, ela passou um minuto “hipnotizada”. Ele sabia como provocá-la e estava fazendo aquilo do jeito certo.
Acordando do transe, ela bateu no peito dele.
–Não faça isso de novo. – disse ela.
Ele sorriu novamente e a tocou no rosto, o puxando para a direção dele.
– Essa carinha nervosa, te deixa mais desejável ainda.
Constrangida, Elena empurrou o braço dele e o fitou com um olhar sério. Ele fez um bico e logo após falou:
– Sabia que não é muito seguro andar olhando para trás? Vampiros sedutores podem aparecer na sua frente.
Elena o ignorou, porém olhando lentamente para baixo, soltou um risinho.
– Está tudo bem? – perguntou Damon.
Ela olhou para trás e viu que o homem havia sumido.
– Tudo sim – respondeu ela – A que devo, ou melhor, a quem devo a sua visita? – completou ela se referindo a Caroline.
– A vampira-barbie me pediu para te lembrar que hoje é o aniversário da bruxinha. – Damon fez um bico ironizando a importância do recado.
“Caroline como sempre exagerada!” pensou Elena ao sorrir.
Ela e Damon começaram a caminhar juntos em direção ao colégio. O vento batia neles suavemente. Ambos estavam com as mãos no bolso.
– Só me pergunto o motivo pelo qual você aceitou vir, você sabe que não pode dar corda a Caroline. – falou Elena ao colocar o cabelo atrás da orelha.
Damon olhou para ela franzindo a testa, forçando uma expressão de espanto.
– Você não sabe? Achei que você já estivesse convicta de que eu faria até as atividades mais banais para ficar ao teu lado.
Elena olhou para o lado e sorriu.
– Tudo bem, garanhão. – disse ela. – Já chega.
Ele colocou o braço no ombro dela e sorrindo, com a boca ao lado da orelha de Elena, sussurrou:
–Se você quer assim.
Ela não conteve os arrepios e o empurrou. Ele sorriu, e assim, eles continuaram andando em direção ao colégio, na rua onde era possível ouvir apenas o barulho do vento e dos sapatos deles ao entrar em atrito com o chão.
•••
O tal misterioso homem que observava Elena, estava, naquele momento, a dois quarteirões da casa dela. Tirando o capuz da cabeça ele soltou um sorriso ao sacar o celular do bolso. Seu cabelo era loiro escuro, sua pele era alva e seus olhos eram azuis. Ele discou oito números e colocou o celular ao lado da orelha.
– O que você quer? – perguntou uma mulher de voz doce no outro lado da linha.
Ele sorriu.
– O vampirinho estava com ela hoje. – Naquele instante, ele observou uma mulher de aparentemente vinte e três anos que passara ao lado dele.
A moça do telefone bufou.
– Não queria mais mortes- disse ela por fim. – Sem problemas, Nathaniel, não desfoque do seu objetivo principal. Deixe o resto comigo.
Ela desligou sem dar a ele o direito de resposta.
Virando - se para trás, ele viu que a tal mulher havia parado para se alongar. Ela era morena e vestia uma roupa vulgarmente justa. Ele a fitou. Ela respondeu com um sorriso malicioso.
– Acho que um pouco de diversão não atrapalha ninguém. – disse ele, num tom baixo, ao sorrir e partir em direção a tal mulher.
Ao chegar nela, sem aviso prévio, ele a empurrou com violência fazendo com que ela batesse de costas numa árvore. Ela sorriu, desejando que ele se aproximasse. Ele a agarrou e a beijou, seus corpos estavam colados, um exalando calor para o outro, até que meio segundo depois, os olhos dele adquiriram um tom de dor e vermelhidão.
Ele puxou o cabelo dela para o lado e cravou os dentes em seu pescoço. O que de início era um leve gemido, se transformou num grito agudo de dor que ecoou pela rua vazia. Após matá-la , ele a colocou no ombro direito, limpou o sangue que escorria pelo canto direito da boca com a mão e começou a andar, cantarolando algo parecido com Rolling Stones.

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